segunda-feira, 1 de setembro de 2014

[RESENHA] A Redoma de Vidro (The Bell Jar) - Sylvia Plath

"A redoma de vidro é um livro, embora não auto-biográfico, relata as experiências vividas por Plath em certas fases de sua vida. Com um pseudôminio de Esther Greenwood, Plath revela o tempo em que buscou com avidez o suicídio sem êxito e experiências de eletroconvulsoterapia que passou em hospitais psiquiátricos. Um mês após a publicação de The Bell Jar, A Redoma de Vidro, Plath comete suicídio."







Edição: 1
Editora: Record
ISBN: 850105139X
Ano: 1999
Páginas: 268
Tradutor: Beatriz Horta






TENSO.





Um livro extraordinário! 
Sabe quando você começa a ler o livro já sabendo do que se trata e tomando todo o cuidado necessário para não se deixar envolver demais e... não deu. Simples assim.
Procurei esse livro por muito tempo, mas está totalmente esgotado em todos os lugares. Eis que, passeando pelas estantes da biblioteca municipal, me deparo com a joia rara! Devorei! 
No início do livro, pensei: "tudo o que me disseram é mentira! Como um livro tão jovem e alegre como esse pode ser o livro pesado que todos falam? 

Começo dizendo que o livro foi escrito na década de 60, mas a escrita é tão simples e fácil que parece um livro contemporâneo. Ele começa contando a história de Esther, uma aluna brilhante, que só tira notas excelentes, aprovada com bolsas nas melhores faculdades e que, no momento, está fazendo estágio em Nova Iorque, em uma revista famosa. Aí já começam as semelhanças: Sylvia também trabalhava em uma revista adolescente, a Seventeen, quando tinha mais ou menos a mesma idade de Esther, 19/20 anos. 
Ela e mais algumas garotas recebem de parceiros da revista onde trabalham maquiagens, roupas, etc. Têm também que comparecer aos desfiles, jantares de gala... Enfim, vida de puro luxo. Quem não estaria feliz com tal condição? Esther. 

No início, parece tudo muito simples... Ela não está feliz, prefere ficar no apartamento, etc. A transformação da personagem é tão sutil que não chegamos a perceber, exatamente, quando ela passa de uma garota comum para uma louca. Ela começa a perceber que não está realmente bem quando fica dias (eu digo: semanas) sem dormir. Não come. Não consegue se concentrar na leitura, na escrita... 
Até que ela vai ao psiquiatra e ele diz que ela deve ser internada. A partir de então, passamos a viver a realidade de Esther dentro do hospital psiquiátrico com suas novas companheiras. 
O que me chocou foi ver a diferença de mundos. Nova Iorque... Hospício! 
As amizades. Meninas populares e riquinhas... Loucas! 
Esse livro chega a incomodar o leitor. Queremos ajudar Esther, que tentou se matar várias vezes e que tem esse conflito enorme dentro de sua cabeça. Incomoda por vermos o que a mente é capaz de fazer com alguém. Pior, saber que um mês após a publicação desse livro, Sylvia Plath se suicidou. Ou seja, provavelmente o livro é tão real porque tudo aquilo ERA REAL! Ela conta todos os conflitos internos, seus pensamentos... 
Nessa segunda parte da história me lembrei muito de um livro que li ainda esse ano, "Garota, Interrompida". Parecia que estava relendo o romance... Então, pra quem gostou, fica a dica de mais um extraordinário romance sobre a loucura. 


 Skoob.
 ✩✩✩✩✩ - Ótimo

3 comentários:

  1. Posso dizer?! Sou louca para ler esse livro há um tempão. Um dos motivos é que percebi que ele está entre os favoritos de muita gente, muita mesmo, e isso é algo que não dá para ser ignorado. Aí comecei a ler resenhas, a própria sinopse do livro, e fui muito atraída pelo teor que a narrativa parece trazer, pela densidade da coisa toda e, principalmente, pelo caráter trágico do todo. É um livro que certamente ainda pretendo ler.

    Beijão, Livro Lab

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    1. Oi Aline, obrigada pelo comentário! Poxa, eu recomendo muitíssimo esse livro. Não sei se já leu "Garota, Interrompida", mas caso já tenha lido e gostado, sei que vai adorar este. Há uma grande diferença, pois neste livro vemos a transformação da personalidade de Esther (Sylvia, no caso) e o final dele todos sabemos: o suicídio :/ Muito bom mesmo!

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  2. Então, é justamente por esta carga pesada que tenho receio de ler este livro. Sabe quando você quer ler um livro, mas vai adiando a leitura por saber o que te espera? É bem Isto!

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