segunda-feira, 3 de julho de 2017

[RESENHA] Críton - Platão

"Críton (ou Do dever) é um diálogo entre Sócrates e seu amigo rico Críton em matéria de justiça, injustiça, e a resposta apropriada a injustiça. Sócrates acha que a injustiça não pode ser respondida com a injustiça e se recusa a oferta de Críton de financiar sua fuga da prisão. Este diálogo contém uma declaração antiga da teoria do contrato social do governo."






Esse livro, que já se encontra em Domínio Público, se trata de um diálogo de Sócrates com Críton (ou Critão), seu amigo.
Se passa quando Sócrates já havia sido condenado e estava preso, esperando o dia de sua sentença de morte. 

Pois bem... 
Sócrates, já com 70 anos, havia sido condenado por corromper os jovens a desacreditar dos Deuses, bem como induzi-los a buscar respostas para seus questionamentos. Ou seja, Sócrates ensinava os jovens da época de Atenas a pensar, e não a serem apenas marionetes nas mãos dos superiores.

Críton aparece na cadeia para informar Sócrates que o dia de sua morte estava chegando e, desesperado, lhe propõe uma fuga, totalmente paga por seus amigos ricos. 
A partir de então, começa uma discussão acerca da justiça e injustiça, da moral, etc. 

Alguns trechos importantes do diálogo deixarei ao final dessa resenha.

Há uma discussão sobre a opinião popular. Críton está preocupado sobre o que a população dirá sobre ele caso o mesmo deixe Sócrates morrer. Já Sócrates entende que a opinião popular pouco importa, o que importa mesmo é a opinião de quem entende do assunto... nesse caso os juízes. A metáfora utilizada é sobre os ginastas... quem os mesmos ouvirão sobre o assunto? A população que nada entende ou um médico? 

Além disso, discutem sobre a moral de se quebrar as leis para seu benefício próprio. 

Resumindo, Sócrates prefere morrer na cadeia como um homem correto, que segue a moral, a viver foragido em uma outra cidade. É de se pensar muito sobre o assunto!

Trechos importantes:

"Sócrates: Ainda que tenhamos de experimentar momentos quer ainda mais dolorosos, quer mais suaves, o procedimento injusto, em qualquer hipóteses, não é sempre, para quem o tem, um mal e uma vergonha? Afirmamos isso ou não?
Critão: Afirmamos.
Sócrates: Logo, jamais se deve proceder contra a justiça.
Critão: Jamais, por certo.
Sócrates: Nem mesmo retribuir a injustiça com a injustiça, como pensa a multidão, pois o procedimento injusto é sempre inadmissível.
Critão: Parece que não.
Sócrates: E daí? Devemos praticar maldades ou não, Critão?
Critão: Não devemos, sem dúvida, Sócrates.
Sócrates: Adiante. Retribuir o mal que nos fazem é justo, como diz a multidão, ou injusto?
Critão: Absolutamente injusto.
Sócrates: Sim, porque entre fazer mal a uma pessoa e cometer uma injustiça, não há diferença nenhuma.
Critão: Dizes a verdade.
Sócrates: Em suma, não devemos retribuir a injustiça, nem fazer mal a pessoa alguma, seja qual for o mal que ela nos cause."

O livro (que na verdade é um trecho de apenas 15 páginas), pode ser encontrado para download AQUI


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